segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O banquete do amor alem da dor

Salve,
Algumas considerações a respeito da coluna de hoje de Joaquim Ferreira dos Santos:

Na contra-mão da dor tem um amor que pode dar certo, mesmo que não seja privilégio meu ou seu. Mas o simples fato de acreditar que existe a alma gemêa, carne e unha, a metade da laranja de Paul McCartney ou de Fabio Jr, já alivia, pois nem todo amor é cítrico. Existe um casal na minha rua, talvez um ou dois na sua, que ainda namora à luz da lua e passeia de mãos dadas pelo calçadão após décadas de namoro.

Vinícius de Moraes sofria de felicidade com o amor que dava certo,"mesmo que seja eterno enquanto dure". Clichê? ...Talvez. Mas certamente não menos do que o amor soturno, afinal, mais vale a dor do que a solidão por não te ter me traz, do que a dor que uma simples solidão me traria. "To namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora..."

O amor empena a longarina do rapaz e da menina e causa dor de felicidade. Às vezes fica dificil aceitar: "Como esses aí estão tão felizes? Como podem cantar o amor que dá certo?". Mas tem gente que se dá bem sim. Os amores descritos por Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhoto, Tribalistas, Rodrigo maranhão, Paulinho Moska e Edu Krieger são bons exemplos e nem por isso soam "tatibitati".

O amor dá dor de cotovelo, é intenso, sofrido e valido, mas não é a única expressão. Se tem um caminhão de gente atrás do trio, é pouco provável que a multidão esteja errada em sua marcha. Se a gente for matar o sorriso da MPB, vai na leva uma jangada cheia de gente boa, como Dorival Caymmi, Carlinhos Lyra, Tom Jobim, Roberto e Erasmo,Blitz,Rita e Roberto de Carvalho, Braguinha e todos os compositores que acreditam no amor solar.

Viva a dor de cotovelo! Mas viva sobretudo o amor que não tem dor por amar além do corpo.
Pierre Aderne

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